Descubra a verdade sobre a higiene íntima e cuide da sua saúde vaginal com carinho e conhecimento. Mitos, verdades e dicas essenciais para manter sua vagina saudável e feliz.
Há muitos segredos sobre a nossa vagina e a higiene íntima que raramente são compartilhados. Seja por vergonha, tabu ou simplesmente porque muitos acreditam que “todo mundo já sabe disso”, informações importantes acabam passando despercebidas, e muitas mulheres cometem erros que podem prejudicar a saúde íntima. Por isso, proponho falarmos sobre alguns pontos que considero essenciais quando o assunto é cuidar da nossa “perereca”, “pepeca”, ou independentemente do nome carinhoso que você use para se referir a ela.
Primeiro, é importante desmistificar a ideia de que a vagina é suja ou promíscua. A verdade é que ela possui um cheiro característico, que pode variar conforme a alimentação e o ciclo menstrual. Como já disse uma amiga minha, “quer cheirinho de flor, vai lamber sabonete!” A nossa vagina tem um cheiro próprio, e isso é absolutamente normal. O cheiro só deve preocupar quando for muito forte e acompanhado de sintomas como corrimento com cores anormais.
Outro ponto que merece destaque são os pelos na região íntima. Cada mulher tem sua preferência em relação à depilação, e isso é totalmente válido. Porém, é importante entender que os pelos têm uma função protetora. A remoção excessiva, seja com lâmina, cera ou cremes depilatórios, pode causar irritações e desequilíbrios na flora vaginal. Então, se você gosta de manter a região com menos pelos, considere utilizar a boa e velha tesoura para apenas aparar os pelos.
Sabonetes íntimos? Esqueça! A vagina, que é a parte INTERNA do aparelho reprodutor feminino, é autolimpante e possui sua própria flora bacteriana saudável. O uso excessivo de produtos químicos pode desequilibrar essa flora, causando problemas. Portanto, o ideal é evitar sabonetes íntimos e dar preferência à água durante a higiene. Já a vulva, sendo a parte externa, pode ser higienizada com água e sabão normalmente, sem exageros. É importante conhecer a anatomia dos corpos com vagina e sabermos exatamente a que partes estamos nos referindo quando falamos sobre ser autolimpante. A lubrificação natural e a flora vaginal são responsáveis por manter a região limpa e saudável na medida certa.
Quanto ao uso de protetores diários, é importante permitir que a vagina respire. O uso constante desses produtos pode abafar a região, favorecendo o aparecimento de odores desagradáveis. O mais indicado pelos médicos é optar por calcinhas de algodão e, sempre que possível, dormir sem calcinha para deixar a região respirar.
Se for necessário, o uso de lubrificantes à base d'água é recomendado, pois não alteram a flora vaginal. Lembre-se sempre de respeitar o funcionamento natural do seu corpo e evitar produtos químicos desnecessários.
Por fim, a higienização das calcinhas também merece atenção. Lavar a peça com sabão neutro e secá-la ao sol é a melhor maneira de garantir a eliminação de bactérias nocivas. Essas bactérias podem causar diversos problemas, como a candidíase vulvovaginal, uma infecção causada por um fungo chamado Candida. Esse fungo possui várias espécies, sendo a Candida Albicans a mais comum e responsável por 70% a 80% dos casos de candidíase vaginal. É importante ressaltar que a candidíase não está relacionada as infecções sexualmente transmissíveis (IST's).
Em resumo, é importante lembrar que este texto foi escrito por alguém com uma vagina, não por um profissional da saúde. Além disso, é fundamental ressaltar que vaginas não estão restritas apenas a mulheres, pois homens trans e pessoas não-binárias também podem ter esse órgão. Portanto, cada corpo é único, e é essencial buscar informações de fontes confiáveis e, se surgirem dúvidas, sempre procurar um profissional habilitado na área para orientação adequada. Cuide da sua saúde íntima com carinho e conhecimento!
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