13 julho 2016

BARRADAS NA SALA DE IMPRENSA - A IMPRENSA PODE SER PRETA?

Qual a cor da mídia para você? Quando você ouve falar em blogueira qual a descrição da primeira figura que vem a sua cabeça? Pois blogueiras negras foram barradas no baile, vamos falar sobre isto?
BARRADAS NA SALA DE IMPRENSA - A IMPRENSA PODE SER PRETA?
A recepção na primeira Feira Profissional da Beleza do Blog Na Veia da Nêga, não foi aquilo que eu posso classificar como boa e inclusive para ser considerada ruim deveria melhorar muito. No dia 12 de Julho último dia da feira eu estive lá afim de conhecer as possíveis novidades para nossos cabelos e pele que seriam apresentados na Internacional Professional Fair, feira esta que é considerada o segundo maior evento para profissionais da beleza no país e o Clube de Blogueiras Negras de Beagá foi credenciado como imprensa para registrar estas novidades e poder trazer até nosso público, a questão é que parece que a recepcionista (Helen) não estava preparada para dar de cara com uma IMPRENSA PRETA. A  reação da Helen foi aquele famoso "mal-entendido" que eu conheço como racismo institucional, acontece sempre que uma pessoa negra está ocupando um papel que geralmente é ocupado por pessoas brancas, neste caso o de blogueira. Helen não conteve seu deboche ao me identificar como IMPRENSA: "Imprensa? *cara de deboche* Imprensa do que? Da onde?". Este é o momento em que a pessoa negra que já "se acostumou com mal-entendidos" respira fundo e vai educadamente explicar à pessoa racista confusa que apesar de ela não estar acostumada a ver gente preta naquela função, sim, é o meu lugar. Bom, então parei para explicar a Helen que segundo as instruções da agência que nos credenciou bastaria apresentar nome completo na entrada. E "misteriosamente" não é que meu nome completo estava lá? Que coisa confusa deve ter sido para a Helen compreender aquele "mal-entendido" e como meu nome estava de fato lá como IMPRENSA. Onde já se viu, imprensa preta?
BARRADAS NA SALA DE IMPRENSA - A IMPRENSA PODE SER PRETA?
Os "mal-entendidos" começaram mais cedo pois no primeiro dia da Feira em Belo Horizonte o grupo de blogueiras do Clube de Blogueiras Negras de Beagá foi barrado na sala de imprensa! Pois é outro daqueles "mal-entendidos" que apesar de todo o constrangimento se resume à um "pedido de desculpas e salgadinhos", desta vez por parte da Renata que estava como recepcionista nesta sala. Na segunda-feira algumas blogueiras não quiseram retornar ao evento afinal, gente racista confusa nos deixa um pouco incomodadas e desconfortáveis em ter que desfazer diariamente tantos equívocos. No entanto como nossa obrigação era a de fazer a ponte entre os lançamentos e o nosso público, lá fomos nós esperando que no terceiro dia a organização da Feira Profissional da Beleza de Belo Horizonte estivesse familiarizada com a imprensa preta e desta vez o engano foi nosso, estamos a mais de quinhentos anos vivendo num país racista confuso e não deveríamos esperar que em três dias os "mal-entendidos" parassem de acontecer em mais um evento.

5 comentários:

  1. Realmente, é só uma confusão (racismo). Aff!

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  2. Affff são esses mesmos confusos(racistas) que nos chamam de vitimistas!

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  3. Preta envia essa matéria pra organização do evento não fui nenhum dia porque achei muito estranho ter que chegar na portaria e informar que fazia parte da imprensa .Eu esperava que essa credencial fosse chegar ou convite fosse chegar na minha casa a partir do momento que manifestei a minha vontade de participar...e fiquei pensando que eu fosse chegar lá e ser barrada por não estar com nada em mãos apenas com nome completo.É LAMENTÁVEL

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    1. Pois é miga, mas não é normal termos este medo. Se, havia uma lista a ser conferida como a Helen fez com diversos e diversas repórteres que se apresentaram na mesma fila que eu, a obrigação dela era a de conferir meu nome também. Mas, aparentemente, Helen tinha disposição apenas para pessoas brancas.

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    2. Pois é miga, mas não é normal termos este medo. Se, havia uma lista a ser conferida como a Helen fez com diversos e diversas repórteres que se apresentaram na mesma fila que eu, a obrigação dela era a de conferir meu nome também. Mas, aparentemente, Helen tinha disposição apenas para pessoas brancas.

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