09 maio 2016

DREAD NÃO É SINÔNIMO DE CABELO SUJO, OK?

Antes de qualquer coisa, eu nunca usei dreads. Mas é inevitável falar do incomodo que me causa certos comentários em relação aos dreads aqui no Brasil. Desde que o pessoal da turma "branco-paz-amor-tilelê" começou a usar os dreads como forma de "transgredir" na sociedade a situação só piora, porque "branco de dread é moda e preto de dread é mendigo"!
Muito me incomoda as pessoas usando como exemplo os dreads para serem sinônimo de sujeira, desleixo, falta de cuidado, desmazelo e nós sabemos que isto não é verdade! Cabelos crespos dredam naturalmente, basta ficar sem pentear uns dias. E eu estou dizendo SEM PENTEAR / DESEMBARAÇAR e não lavar, ok? Se você deixar o cabelo crespo quietinho no seu lugar, ele dreda naturalmente, sem nenhum esforço e isso é uma das muitas características positivas do nosso cabelo (lindo, se penteia sozinho) e mesmo assim as pessoas insistem em dar essa conotação negativa aos dreads.

CONHEÇA A HISTÓRIA DOS DREADLOCKS

Para alguns ele é símbolo de resistência, enquanto outros adotaram o estilo pensando no poder estético. De um lado ou de outro uma coisa é fato, o que não falta é história por trás das madeixas entrelaçadas em forma cilíndricas. Representado na cultura popular por Bob Marley e os seguidores do movimento Rastafari, os dreads possuem ligação direta com a África e a luta do negro em busca da afirmação de sua cultura. Ao contrário do que pode se pensar os dreadlocks não surgiram na Jamaica. Registros dão conta de que os cabelos são usados tanto na África quanto na Índia desde a antiguidade Bíblica e pré-Bíblica. No continente africano, ele é encontrado em algumas comunidades tradicionais, como os Himba, na Namíbia. Os Himba afirmam terem adotado o cultivo dos dreads desde o surgimento de sua cultura. Com uma população estimada em 50 mil pessoas, eles vivem no Norte da Namíbia e em Angola, e se destacam por cultivar uma cultura única em meio ao turbilhão chamado ocidentalização. 
Os dreads representam o estado civil das mulheres da comunidade e o desenho estético também se aplica aos homens. Quando solteira, as moças andam com o cabelo virado para frente, cobrindo quase que o rosto inteiro. Assim que se casam, ganham um adorno de couro e os dreads são jogados pra trás, sempre com a coloração rubra presente. Esta cor é obtida com o uso de um creme chamado por elas de otjize, feito com manteiga, ocre esfarelado e argila de tom avermelhado. Leia mais na FONTE

Então, depois de conhecer a história, saber da origem e do peso ancestral que os dreadlocks carregam, recomendo fortemente a você que vive usando dread como sinônimo de sujeira e desleixo que você REVEJA SUAS FALAS e coloque mais consideração na hora de falar tanta bobagem. Dreads são cultura e ancestralidade!

4 comentários:

  1. Interessante matéria.Eu não gosto da estética.

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  2. eu nao gosto da aparencica, mas muito interessante a pesquisa.

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  3. Eu acho lindíssimo, os Dreads! Acho um absurdo quando alguém tenta ridicularizar ou ofender alguém que opta por eles! São lindos e ponto!

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  4. A nossa ancestralidade traz histórias fascinantes.
    Historiadores encontraram no (egito), cavernas esfinge com dreads de aproximadamente 3 metros de comprimento.
    Achei maravilhoso.

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