12 agosto 2015

AFROCENTRISMO: COMO VOCÊ ENCARA?

Muito ouvimos nos dias atuais os negros falando (de forma positiva ou negativa) do tal "amor afrocentrado" mas o afrocentrismo vai além dos relacionamentos amorosos. Atualmente a sociedade brasileira é considerada a maior população negra fora da África e mesmo assim, já repararam como é difícil quando você vai tentar dar preferência a ser atendidx por um profissional negro em qualquer área? Afrocentrar é uma opção difícil mas enriquecedora acreditem, é preciso desconstruir o racismo institucional que afasta os empreendedores negros dos consumidores negros Precisamos fomentar o nosso mercado para termos visibilidade!



Está em alta a pauta "Amor Afrocentrado", que é relacionar-se afetivamente apenas com pessoas negras mas é preciso deixar claro que isso deve ser uma opção natural, clara e que não represente nenhum sofrimento ou você corre o risco de gritar aos sete ventos discursos vazios sobre afrocentrar o seu amor e na hora de assumir um relacionamento sua "preferência"  pode ser criticada e essa falácia de "amor não tem cor" não vai colar ok? 


Afrocentrar é mais que isso e eu sugiro que vocês tentem, um pouco de cada um e nosso povo se fortalece a cada dia!

Uma pesquisa do Sebrae mostrou que 50% dos MEI's (Micro Empreendedores Individuais) e Pequenos Empreendedores do nosso país são negros (ou pardos) e estão espalhados por diversos ramos de negócios, que tal experimentar dar prioridade a estes empreendedores? Restaurantes, lanchonetes, lojas de roupas, calçados, bijuterias, personalizados... Pense no mundo de coisas que você pode comprar diretamente do fornecedor e fortalecer a economia negra no Brasil? O aumento do número de empreendedores negros pode estar diretamente ligado as ações afirmativas que estão sendo implantadas (a passos de tartarugas as vezes) em nosso país e apoiar isso também é uma ato político.

É preciso fazer uma pausa para os "mas se fosse um branco dizendo isso seria racismo" ou "agora só pode comprar com negro?", entendam de vez que se vocês estudarem história e o deficit social da população negra no Brasil desde a abolição vocês não terão esse pensamento burro!


Voltando ao assunto, afrocentrar pode ser bem legal e enriquecedor faz com que negros que por muitas vezes não teriam outras chances fora próprio negócio cresçam e quem sabe possam gerar mais empregos para a população negra, isso se torna um ciclo maravilhoso aonde mais negros tem oportunidade de crescimento saindo das camadas de pobreza e trazendo mais pessoas negras para cima!  A renda dos negros empreendedores melhorou, mas ainda continua 116% menor que a dos brancos (dado vindo da mesma pesquisa do Sebrae), portanto ainda temos muito a fazer para equilibrar essa balança. E eu repito: se cada um fizer a sua parte isso vira um mar de ações positivas! 
Entrar numa loja e preferir ser atendido por um vendedor negro, decorar a festa do seu filho ou seu casamento com empresas de afroempreendedores? Existem empresas negras e afrocentrados especializados em enegrecer a sua festa com estilo e bem gosto. É simples, é legal e acima de tudo é valorizar a negritude no outro, reconhecer os talentos do irmão e da irmã. Conhecer o trabalho de um empreendedor negro pode ser o primeiro passo para fazer a nossa economia girar, tentem uma coisa de cada vez e façam esse ciclo de ações positivas acontecer!

Conhece algum empreendedor negro ou você é um afroempreendedor? Pode deixar o link do trabalho dele aqui nos comentários que a gente faz questão de divulgar!

Abraços e até o próximo post!


2 comentários:

  1. Livia, eu entendi a sua idéia e acho ela válida. Até pq pessoas iguais a nós, vai estar pau a pau. Um relacionamento entre um negro e branco pode existir sim, mais em sua maioria o que é negro sofre preconceito, as vezes com o parceiro(a) com a familia dele(a), amigos dele(a) e por ai vai. Pode até rolar sentimento, mais não é a mesma coisa. É a mesma coisa se relacionar com uma pessoa mais rica, mesmo sendo da mesma raça, vai ser um abismo. Eu mesma ja passei por uma situação, em que meu ex e eu éramoss iguais em questão da raça, mais ele por ser funcionário público federal, já ter casa, ser formado e eu apenas vendedora, me causava um certo desconforto principalmente quando nós saiamos para jantar passear. Os iguais dele, era diferente do que eu era, as vezes chegavam e diziam e ai o que vc faz, e quando eu dizia que apenas trabalhava , nossa o olhar já mudava. E ele? Claro, não fazia nada ...

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    1. Eu entendo você Prenda e é exatamente isso! Nem gosto muito de entrar no mérito de relacionamento inter-racial com quem o tem porque a pessoa geralmente já vem armada para a discussão, mas eu passei pelo mesmo que você citou, é realmente um abismo que se forma! Sem contar a questão de que fomos treinados e adestrados pela sociedade a achar os nossos feios, estranhos, esquisitos, desprezar a nossa estética... É tudo um processo (doloroso e difícil) de muita desconstrução.

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